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Nos dia 01/08, data que inicia a campanha do #AgostoDourado , e no dia 29/08, em apoio ao aleitamento materno, tivemos aqui no auditório da Maternidade Domingos Lourenço duas edições do Workshop […]
Você sabe o que é uma gravidez molar? Os sintomas da doença são muito parecidos com os da gestação normal, mas o sinal de alerta aparece quando existem taxas exageradas do hormônio beta HCG no sangue.
O acompanhamento médico completo serve também para identificar esse hormônio e evitar futuras complicações, sendo fundamental em todo processo de gestação.
Por isso, para falar um pouco mais sobre o assunto e instruir sobre o que fazer quando o quadro aparecer, preparamos esse texto para esclarecer dúvidas e também os estágios que a doença pode surgir.
Desejamos que tenha uma boa leitura!
A concepção da gravidez se dá quando há o encontro do espermatozoide e do óvulo, o que gera o chamado ovo. Com isso, há a multiplicação das suas células e o embrião, então, passa a se transformar em ovo.
Entretanto, por conta de distorções genéticas, a multiplicação celular acaba não gerando um embrião e a estrutura de crescimento, que deveria surgir após o embrião, aparece antes e de forma alterada. Áreas de tecido embrionário acabam apresentando diferenças chamadas molas parciais. Dessa maneira, a trajetória do desenvolvimento se encontra comprometida.
Infelizmente, em gestações molares, ainda que embrionadas, não há o crescimento para o estágio de feto. A incidência desse tipo de acontecimento é pequena, mas ocorre com maior frequência em países asiáticos, por exemplo, motivadas principalmente por pessoas de renda baixa e alimentação escassa, principalmente em mulheres com menos de 20 anos ou acima dos 40.
Na fase inicial da gravidez molar, a mulher apresenta um quadro habitual de gestação. Porém, é comum aparecer ainda no primeiro trimestre um sangramento uterino anormal e constante. Pode apresentar ainda uma frequência maior de náuseas e vômitos durante essa fase.
Por meio de avaliação médica, é possível observar que existirá desproporção no crescimento do útero. Além disso, os exames de sangue vão ser responsáveis por apresentar as taxas elevadas de hCG, o que leva a suspeita de gravidez molar. A ultrassonografia pélvica também é um método que, com toda a segurança, define se a gravidez é molar ou não.
A técnica envolve imagens que revelam se existem áreas císticas e múltiplas, com aspecto de cacho de uva e se há ausência de saco gestacional. No caso ainda de gravidez molar, também é comum notar a presença de muitos cistos ovarianos e com volume desproporcional.
A ultrassonografia tem papel fundamental para que o diagnóstico consiga diferenciar se é uma doença trofoblástica gestacional (mola e suas variantes), uma gestação interrompida (com abortamento espontâneo) ou uma gravidez tubária (extrauterina ou ectópica).
As pacientes que são portadoras de tumores trofoblásticos, como é caso desse tipo de gravidez, apresentam níveis muito elevados de hCG, que em outras palavras, é o hormônio da gonadotrofina coriônica humana. Com o surgimento desse hormônio no sangue, é necessário que ele seja controlado para se monitorar a progressão ou regressão do quadro.
O tratamento ocorre a partir do esvaziamento da mole por meio de curetagem. A preferência é que seja feita por sucção/aspiração e também sob anestesia. Além disso, para ajudar na contratilidade uterina no procedimento e após, há a infusão de ocitocina venosa.
Com a presença de grandes molas, podem acontecer hemorragias ou até perfuração do útero durante o ato cirúrgico.
Uma estrutura médica adequada, banco de sangue e uma equipe de profissionais precisam estar a postos caso ocorra complicações e para proceder com cirurgias, como a histerectomia, que visa a retirada do útero em casos que a saúde da mulher esteja seriamente comprometida.
Ainda que possa ocorrer um abortamento espontânea ou que a cirurgia seja feita para cuidar do caso, é indispensável que exista o estudo anátomo-patológico do material que for recolhido, para que se tenha o diagnóstico conclusivo da doença.
Após as primeiras semanas de cirurgia de esvaziamento, deve acontecer o declínio de forma progressiva do hCG, até que seja negativado do sangue. Esse acompanhamento dos níveis de hCG deve ser realizado semanalmente ou em prazo orientado pelo médico por um período que pode ser de até três meses após a interrupção da gestação molar.
Ainda na presença do hCG e após 12 semanas feito o esvaziamento, se deve considerar a possibilidade de persistência do tecido molar na cavidade do útero, o que pode se transformar em uma doença trofoblástica maligna, com o nome de coriocarcinoma. Também se pode considerar que a motivação se deve pela ocorrência de uma nova gravidez.
É fundamental que a paciente que apresentou o quadro receba doses semanais de hCG, além do uso de substâncias contraceptivas ao longo de 6 meses.
Por conta da transformação que a doença submete ao organismo, é indicado que exista tratamento quimioterápico específico isolado, como o metotrexato. Também pode ser complementado com histerectomia.
Quando tratado adequadamente, o sucesso do procedimento é de um pouco mais de 90% dos quadros.
Após esse esvaziamento e com a negativação do hormônio hCG, a mulher pode tentar engravidar novamente após 6 meses.
Para as pacientes que tiveram a doença em estágio maligno e foram tratadas com quimioterapia, é necessário aguardar um ano para que não exista o risco de a doença acontecer novamente.
As gestações e partos saudáveis, posteriores ao ocorrido, não sofrem qualquer tipo de risco, mas é necessário que os prazos sejam respeitados e avaliando os níveis de hCG, além de manter em dia a ultrassonografia pélvica.
Acompanhar a gravidez a cada estágio é essencial para saber se tudo está correndo de forma natural e prevenir possíveis riscos.
Pensando nisso e para dar continuidade ao assunto sobre gravidez, indicamos a leitura do texto “Quais as etapas do desenvolvimento fetal? Descubra” para que você continue se informando e aprendendo mais sobre cada fase do desenvolvimento fetal.
Esperamos que goste!
A gravidez molar é algo raro de acontecer, mas é possível e caso ocorra, ela deve apresentar sinais nos primeiros meses de gravidez .
A doença é passível de ser tratada e não impede que a mulher tenha uma gravidez saudável posterior ao tratamento, desde que respeitado o período curativo e de recuperação do quadro.
Por isso, é imprescindível manter um diálogo aberto com o médico obstetra sobre quaisquer indícios de anormalidade durante a gestação.
Se você achou que o nosso post ajudou você a entender mais sobre gravidez molar, clique aqui e conheça o nosso Hospital Maternidade.
Temos todo o conforto que você e o seu bebê merecem.