Toda mulher sonha com uma gravidez tranquila, saudável e sem complicações. Mas, infelizmente, muitas gestantes passam por dificuldades neste período, como as mudanças naturais do corpo e, em consequência, o surgimento de doenças.
Anemia, cistite, diabetes… essas são algumas das doenças que podem atrapalhar o desenvolvimento da gravidez. Se não forem tratadas a tempo, podem trazer sérias consequências para o bebê, como o parto prematuro ou até mesmo o óbito.
Para que você fique ciente e atenta à algumas dessas doenças que podem aparecer durante a gravidez, preparamos esse texto com as principais delas, o porquê elas surgem e como é possível controlá-las.
Desejamos que tenha uma excelente leitura!
Doenças na gravidez: por que acontecem?
Antes de falarmos sobre as doenças mais comuns de aparecerem durante a gravidez, é necessário explicarmos o porquê de as gestantes serem suscetíveis a contrair infecções e/ou doenças nesta fase da vida.
A gravidez é um momento de muitas mudanças no organismo feminino. Afinal, com o desenvolvimento de um ser dentro do útero, é natural que haja alterações no modo de funcionamento dos órgãos e nas atividades hormonais.
O sistema imunológico, por exemplo, é um dos afetados pelas transformações. Desta forma, o organismo fica mais sensível e propenso a adoecer de diferentes maneiras, dependendo da condição de saúde da mulher.
Fatores emocionais também podem ser levados em conta. Se a mulher passar por situações complicadas e exaustivas durante a gravidez, como brigas, mortes ou até mesmo o medo de gerar uma criança, é provável que as emoções tidas como ruins afetem, também, a sua saúde física.
Separamos para você: 6 doenças comuns na gravidez
A gestação requer cuidados especiais. Esta é uma época de diversas transformações físicas e emocionais para a mulher, então é essencial que o período seja o mais tranquilo possível.
A seguir, apresentaremos, em ordem alfabética, as 6 doenças mais comuns de aparecerem durante a gravidez, porque elas ocorrem e como tratá-las.
Independentemente da doença, é fundamental que a gestante receba acompanhamento constante de um médico obstetra. Este acompanhamento pré-natal garante uma gravidez mais segura, bem como o tratamento necessário em caso de doenças.
Anemia ferropriva
A anemia ferropriva é causada pela deficiência de ferro no organismo, com a diminuição de glóbulos vermelhos no sangue.
Esta doença pode surgir na gravidez devido a uma dieta inadequada, com a ausência de ferro, bem como por conta de um crescimento exagerado do volume de líquido no corpo em relação à quantidade de elementos como os glóbulos vermelhos.
Dentre os seus sintomas, estão a fraqueza, sono em excesso, falta de apetite, palidez e tontura.
Caso a anemia ferropriva não seja tratada adequadamente, a mãe pode sofrer com infecções após o parto, e o bebê pode nascer de parto prematuro ou com peso abaixo do ideal.
O tratamento da anemia ferropriva consiste em medicamentos à base de ferro, indicados pelo médico. Para o seu tratamento e prevenção, é fundamental incluir alimentos ricos em ferro em sua dieta, como feijão, gema de ovo, agrião, couve e espinafre.
Asma
A asma é causada pela obstrução das vias aéreas, que ficam inflamadas, inchadas e estreitas.
Mulheres que já apresentavam quadro de asma antes da gravidez, podem ter mais crises durante essa fase. Isto se deve às mudanças existentes também no sistema respiratório, que pedem maior aporte de oxigênio, causando hiperventilação.
A falta de um tratamento adequado pode causar a restrição de oxigênio para a mãe e, assim, dificultar o crescimento do bebê.
Por isso, é essencial que a mulher receba um acompanhamento também de um pneumologista, que pode indicar medicamentos broncodilatadores e corticoides, desde que de acordo com o caso daquela gravidez em específico.
Cistite
A cistite é uma inflamação ocasionada na bexiga ou no trato urinário inferior. Se essa inflamação atingir todo o sistema urinário, pode se tornar uma infecção urinária.
Durante a gravidez, é possível haver o surgimento de uma cistite ou de uma infecção urinária devido a fatores como a flacidez da uretra, propensa a receber bactérias vindas da região genital; e à dilatação das vias urinárias causada pela progesterona, que impede o esvaziamento completo da bexiga.
Os sintomas de uma cistite são desejo frequente de urinar, assim como dor e ardência ao urinar.
Se a cistite ou a infecção não for curada completamente, pode afetar o crescimento do bebê e levar ao parto prematuro. Se uma dessas condições não for tratada, pode levar ao óbito da mãe e do bebê.
O tratamento consiste em antibióticos prescritos por um médico. E, para se prevenir da possibilidade de cistite, é recomendado beber muita água e evitar segurar a urina.
Diabetes gestacional
A diabete gestacional se caracteriza da mesma forma que a diabete regular: pelo aumento do teor de açúcar no sangue, quando o pâncreas não consegue metabolizar a quantidade de açúcar ingerido. As chances de desenvolver diabetes durante a gestação são maiores, devido às alterações hormonais que o corpo da mulher passa.
Nessa fase, o bebê em formação necessita do açúcar ingerido pela mãe. Para que esse alimento esteja disponível para o feto, as alterações hormonais dificultam a atuação da insulina na utilização desse açúcar. Isto porque as alterações hormonais podem obrigar o pâncreas a trabalhar ainda mais para que os níveis de insulina fiquem em ordem.
Como essa ação força o órgão a trabalhar mais, de uma forma que ele não estava acostumado, o esforço pode não ser suficiente para metabolizar todo o açúcar que vem dos carboidratos.
Dentre os sintomas sentidos, estão o aumento da quantidade de urina, muita sede e aumento da pressão arterial.
Se não for tratada e controlada, a diabete pode colocar em risco a saúde do bebê, sobrecarregando o pâncreas do feto, bem como aumentar as chances de o bebê nascer acima do peso recomendado.
O tratamento consiste em injeções de insulina e dieta balanceada. O diagnóstico é realizado por meio de exames de sangue, que vão checar se a gestante está propensa, ou não, a adquirir diabetes gestacional.
Distúrbios da tireóide
A tireóide, glândula localizada na parte anterior do pescoço, acumula diversas funções importantes para o desenvolvimento da gravidez, como regular o organismo da gestante e garantir o crescimento do feto. Essa “sobrecarga” obriga a tireóide a fabricar até o dobro de hormônio regularmente necessário – no caso, os hormônios T3 e T4.
Se a glândula não consegue alcançar, ou ultrapassa essa meta, ocorrem as disfunções na tireóide: ou o hipertireoidismo (excesso de hormônios tireoidianos), ou o hipotireoidismo (ausência da quantidade suficiente de hormônios).
Dentre os sintomas do hipertireodismo, destacam-se batimentos cardíacos acelerados, suor excessivo e alta frequência de náuseas e vômitos. Quanto ao hipotireodismo, desânimo, pele seca e intestino preso são alguns dos sintomas apresentados.
As oscilações anormais dos hormônios T3 e T4 podem levar ao parto prematuro, ou até mesmo ao aborto. Por isso, é recomendado que a gestante realize, em seu pré-natal, exames para checar os níveis da tireóide. Caso algum distúrbio for considerado, o médico poderá recomendar hormônios sintéticos.
Pré-eclâmpsia
Por fim, é necessário destacar a pré-eclâmpsia e suas correlatas, como a eclâmpsia e a Síndrome Hellp, conhecidas por causarem o aumento da pressão arterial durante a gravidez.
A pré-eclâmpsia se trata de uma disfunção dos vasos sanguíneos, acarretando também na presença de proteínas na urina e no inchaço do corpo devido à retenção de líquidos.
Esta doença pode ou não evoluir para uma eclâmpsia, manifestação grave da doença, que é relacionada à implantação e ao desenvolvimento dos vasos sanguíneos na placenta.
A pré-eclâmpsia também pode se desenvolver em uma complicação chamada Síndrome Hellp, caracterizada por aspectos como anemia hemolítica, elevação das enzimas hepáticas e baixa contagem de plaquetas.
Entre os sintomas da pré-eclâmpsia, da eclâmpsia e da Síndrome Hellp, estão o aumento da pressão arterial, inchaço, convulsões, dores abdominais e alterações visuais, como a visão de pontos luminosos. Caso o bebê seja afetado pela condição, o parto pode ser induzido.
A doença não há cura, somente após o nascimento do bebê. Mas é possível controlá-la a partir de medicamentos orientados pelo médico, bem como monitorar a pré-eclâmpsia a partir da pressão arterial e de exames de urina.
Considerações finais
Infelizmente, devido às constantes alterações hormonais, a gestante está mais suscetível a enfrentar doenças. O organismo sensível nem sempre estará preparado para lidar com mudanças bruscas e rápidas, acarretando em complicações que podem ser severas.
A principal recomendação é que a gestante faça um acompanhamento pré-natal rigoroso, a fim de certificar como anda a sua saúde, bem como o desenvolvimento do bebê.
Caso seja constatada alguma das doenças apresentadas neste texto, é fundamental que a gestante receba orientações de seu médico obstetra, que inclusive pode encaminhá-la para outros especialistas. O importante é garantir a segurança tanto da mãe, quanto do bebê.
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