Coronavírus na gravidez: quais os riscos e tratamento indicado nesses casos?
Com o avanço do novo coronavírus (SARS-CoV-2) no mundo, inclusive no Brasil, muitas pessoas ainda estão com várias dúvidas sobre a transmissão do vírus e quais são os seus riscos. Uma delas é como proteger as grávidas e os recém-nascidos da pandemia da doença COVID-19, causada pelo vírus.
Pensando em esclarecer as principais incertezas sobre essa doença na gravidez, preparamos este texto importantíssimo para a saúde da gestante e do bebê. Todas as informações levantadas neste post têm base no que há de documentado até o presente momento em fontes oficiais de saúde e pode ser atualizado a qualquer momento.
Desejamos uma excelente leitura!
O que é o coronavírus?
De acordo com o Ministério da Saúde, o coronavírus é uma família de vírus que causa infecções respiratórias.
Em dezembro de 2019, foi descoberto um novo agente do coronavírus (SARS-CoV-2) após casos registrados na cidade de Wuhan, na China, que provoca a doença chamada de COVID-19. A doença se alastrou para o mundo inteiro rapidamente, configurando um status de pandemia em março de 2020.
Qual é a sua fonte de infecção?
Até o momento, não está confirmada a fonte de infecção do novo coronavírus (SARS-CoV-2), mas está associada ao consumo de animais silvestres.
Como é a sua transmissão?
As investigações estão em andamento, mas se sabe que a disseminação da COVID-19 ocorre de uma pessoa infectada com o vírus para outras pessoas, a partir de secreções contaminadas, como:
gotículas de saliva;
espirro;
tosse;
catarro;
contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão;
contato pessoal a menos de 1m de distância;
contato com pessoas, superfícies ou objetos contaminados, seguido de contato com a boca, o nariz ou os olhos.
Quais são os sintomas?
Os principais sintomas da COVID-19 são:
febre;
tosse;
fadiga;
e falta de ar/dificuldade para respirar.
Em alguns casos, pode aparecer:
dor de garganta;
congestionamento nasal;
dor de cabeça;
dores no corpo;
diarreia.
Quando aparecem os primeiros sintomas?
O período de incubação, ou seja, o tempo que leva para os primeiros sintomas aparecerem desde a infecção, pode ser de 2 a 14 dias.
Quais são as consequências?
Os casos graves da COVID-19 podem levar à insuficiência respiratória ou a uma infecção do trato respiratório inferior, como as pneumonias.
Os maiores grupos de risco são:
idosos;
asmáticos;
fumantes;
pessoas com doenças no coração;
e diabéticos.
Qual é a relação entre as gestantes e o novo coronavírus?
Por ser um vírus muito recente, ainda há estudos que tentam estabelecer as relações entre as gestantes e o SARS-CoV-2.
Segundo nota à imprensa divulgada pelo Ministério da Saúde, as gestantes e as puérperas estão inseridas no grupo de risco porque são mais vulneráveis a infecções.
Ainda de acordo com o comunicado, “estudos científicos apontam que a fisiopatologia do vírus H1N1 pode apresentar letalidade nesses grupos associados à história clínica de comorbidades dessas mulheres. Sendo assim, para a infecção pelo Covid-19, o risco é semelhante pelos mesmos motivos fisiológicos, embora ainda não tenha um estudo específico conclusivo”.
O Ministério da Saúde ressalta que os cuidados devem ser rigorosos, independentemente do histórico clínico das pacientes, e prioriza o atendimento e a atenção redobrada de todos os profissionais de saúde com essas pacientes.
Além disso, também precisam ter atenção redobrada as gestantes e as puérperas que apresentarem: morbidade; alguma das condições pré-estabelecidas; e/ou se estiverem enfrentando algum desfecho de outras síndromes gripais, como a H1N1.
Em caso de gestantes e puérperas que apresentam outras etiologias respiratórias, é recomendado um acompanhamento por pelo menos 6 semanas.
O vírus pode aumentar as chances de aborto ou de parto prematuro?
Se a gestante contrair o novo coronavírus, ainda não há evidências de que a doença causada por ele possa aumentar as chances de aborto ou de parto prematuro.
As duas últimas publicações relatam casos de gestantes que contraíram o vírus SARS-CoV-2 em Wuhan, na China, e que não o passaram para os bebês. Os recém-nascidos foram testados a partir das coletas de amostras – como do líquido amniótico, do sangue do cordão umbilical, da garganta dos bebês e do leite materno das mães – e todos os exames apresentaram resultados negativos.
Porém, os estudos dizem que é necessário testar mais análises científicas, pois os diagnósticos realizados possuem uma eficiência de 71% na detecção do Sars-CoV-2.
O vírus pode passar pela amamentação?
Ainda de acordo com as publicações, também não existem evidências de que o vírus possa ser transmitido pela amamentação.
Para as mães que estejam se sentindo seguras para amamentar, é aconselhável usar máscaras faciais e higienizar bem as mãos ao entrar em contato com o bebê. Caso contrário, a mãe deve seguir os protocolos de higiene para ordenhar o leite e pedir para outra pessoa saudável oferecê-lo ao bebê.
O que fazer após o parto?
Com o objetivo de proteger mãe e recém-nascido dos riscos do novo coronavírus, o ideal é solicitar aos familiares e amigos para evitarem as visitas na maternidade e em casa.
Apesar de os bebês não estarem no grupo de risco da COVID-19, a infecção pode ser perigosa para a criança, porque o seu sistema imunológico ainda está em desenvolvimento.
Quais são os cuidados que a gestante deve ter?
As mulheres grávidas devem seguir a mesma recomendação para a população em geral:
higienizar as mãos com água e sabão por pelo menos 20 segundos;
caso não tenha como lavar as mãos com água e sabão, usar álcool em gel 70º;
higienizar objetos como celulares, computadores, maçanetas, entre outros, com um pano embebido em álcool em gel;
não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres e copos;
evitar tocar o rosto, a boca e o nariz, principalmente se as mãos não estiverem higienizadas;
cobrir o rosto com o cotovelo ou com lenços de papel descartáveis em caso de tosse ou de espirros;
evitar aglomerações;
evitar contato físico;
não ter contato com pessoas doentes ou diagnosticadas com a COVID-19.
E se a gestante apresentar os sintomas?
Se a gestante apresentar sintomas leves e isolados da COVID-19, como o congestionamento nasal, a recomendação do Ministério da Saúde é usar uma máscara facial para não contaminar as pessoas ao redor. Também não é recomendado ir ao hospital ou ao pronto-socorro, porque há risco de ter contato com pessoas ou superfícies contaminadas.
Neste caso, entre em contato com o número 136, no qual profissionais darão orientações para a pessoa. Também é recomendado falar com o seu médico obstetra por telefone.
Agora, de acordo com o Ministério da Saúde, gestantes que apresentarem febre em conjunto com sintomas respiratórios, como a tosse e a falta de ar, devem procurar um hospital e seguir o tratamento recomendado. Neste caso, não deixe de usar a máscara facial e de higienizar bem as mãos, para não contaminar as pessoas ao redor (ou de ser contaminada, caso o teste dê negativo).
Em ambos os casos, a gestante deve permanecer em casa de quarentena por até 14 dias.
Considerações finais
Neste post, tentamos esclarecer as principais dúvidas sobre o novo coronavírus e os riscos que ele pode apresentar às gestantes e seus bebês. Porém, é extremamente necessário ressaltar que, para maiores informações, é importante consultar os canais oficiais da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde.
Lembrando que, como a COVID-19 é uma doença muito recente, e muitas informações podem ganhar novos rumos ao longo dos próximos meses. Por isso, não deixe de acompanhar esses canais oficiais para ficar por dentro das orientações e das medidas que devem ser tomadas.
Se a gestante não infectada seguir as recomendações trazidas neste post (que têm base nas recomendações oficiais), ela estará bem mais protegida contra os sintomas dessa doença na gravidez. A mesma recomendação vale para os seus familiares.
O Domingos Lourenço preza pela saúde das gestantes de forma geral e estará sempre pronto para ajudá-las, assim como seus familiares, com o máximo de informações que puder. Em tempo de dúvidas, é fundamental assumirmos o nosso papel de agentes pró-saúde. Faça a sua parte!
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