A pandemia do novo Coronavírus trouxe muitas consequências para o mundo, entre elas, o medo de contrair a Covid-19. Esse é um dos fatores que mais aumentam os índices de depressão e ansiedade em todo o mundo, inclusive nas mulheres grávidas, que estão passando por um período muito importante de suas vidas em reclusão e sem uma rede de apoio ativa.
Manter a saúde mental em tempos de pandemia pode parecer um desafio, ainda mais com tantas dúvidas e incertezas rondando a gestante. Neste texto, nós mostramos algumas formas que podem amenizar a sensação de solidão e prepará-la para receber o seu grande amor com tranquilidade e positividade.
Desejamos uma excelente leitura!
Uma pesquisa canadense, realizada durante a pandemia, estudou os níveis de depressão e de ansiedade nas gestantes daquele país. O estudo concluiu que 37% das gestantes apresentaram sintomas similares ao da depressão (mais do que o dobro da taxa registrada antes da quarentena), enquanto que 57% delas apresentaram níveis considerados de ansiedade (quase 4 vezes maior do que antes).
A gravidez é um momento novo na vida de uma mulher, mesmo se a gestante não for mamãe de primeira viagem. Por isso, o apoio dos entes queridos faz toda a diferença e, com o distanciamento social, essa realidade fica distante. Por mais que a tecnologia ofereça ferramentas para aproximar as pessoas, ela é bastante diferente do contato físico e isso pode deprimir e/ou angustiar as futuras mamães.
O medo de contrair a doença também interfere na realização do pré-natal. Durante o período de quarentena, casos como estes foram observados: gestantes tiveram medo de ir às consultas médicas, médicos obstetras reduziram os atendimentos, ou passaram a atender em condições restritas (incluindo o uso contínuo de máscaras e álcool em gel).
E não podemos deixar de falar do medo da Covid-19 ser contraída durante o trabalho de parto. “Como será realizado?”, “e se meu bebê pegar coronavírus?” e “será que eu estou com a doença?” foram algumas das várias queixas e medos que a gestante teve e tem tido durante esse período.
Sim, porque os sentimentos negativos que são característicos da depressão pós-parto podem ser agravados pelo “novo normal”. Inclusive, vários estudos já mostraram que as mulheres grávidas com pouco apoio, seja familiar ou especializado, tendem a sofrer dessa condição, e se ela se sentir sozinha mesmo por meio do contato virtual, isso pode ser um agravante.
A depressão pós-parto é caracterizada por uma tristeza e por uma melancolia profunda, que geralmente começa quatro semanas após o parto e pode se estender por um ano. Entre os seus sintomas, destacam-se: a ansiedade, o desânimo, a irritabilidade, o cansaço, o sentimento de culpa, a perda de interesse em atividades diárias e até mesmo a falta de vínculo com o bebê.
Ela é diferente do baby blues, que é uma alteração transitória do humor e está bastante associada à adaptação a essa nova fase. Normalmente, o blues começa no 4º ou no 5º dia após o parto e pode durar por até duas semanas.
É perfeitamente normal que a quarentena mexa com os sentimentos da gestante, mas é possível atravessar por esse momento de forma relativamente tranquila, prezando pela sua saúde e a do bebê. Portanto, seguem algumas dicas para atravessar esse período de forma mais tranquila:
Infelizmente, não tem jeito: o contato físico precisa ser restrito durante a pandemia do novo Coronavírus. Para o bem da saúde de todos os envolvidos, os encontros virtuais precisam ser adaptados à essa nova realidade. Esse também é o caso da escolha do enxoval do bebê e até mesmo das consultas pré-natal, que podem ser feitas on-line.
Não se sinta sozinha com as suas angústias, medos e dúvidas. Ao buscar a psicoterapia, você se sentirá mais amparada e o (a) profissional fará um acompanhamento para ajudá-la a compreender os acontecimentos e os seus próprios sentimentos. Dessa forma, você se sentirá mais tranquila e pronta para atravessar esse momento da melhor forma possível. E vale lembrar: em período de quarentena, priorize o atendimento on-line.
Os exercícios físicos ajudam a prevenir doenças, como a depressão e a ansiedade, além de serem recomendados durante a gravidez para a manutenção da saúde da mulher. Atividades leves, como yoga e o pilates, são recomendadas, e podem ser feitas on-line.
A alimentação também é uma grande responsável e combustível por proporcionar uma sensação de bem-estar e amenizar os sintomas de depressão. Certos alimentos, como a banana, o milho e os vegetais com folhas escuras, possuem nutrientes que ajudam a liberar a serotonina no organismo, uma substância responsável por transmitir impulsos nervosos, proporcionar a sensação de bem-estar e regular o sono e o humor.
O período de quarentena tem sido difícil para todos, portanto, não se culpe caso não consiga manter a positividade. Afinal, a gestação é um período natural de angústias e de incertezas, que podem crescer com a sensação de medo que o mundo vive por conta do novo Coronavírus.
Em todo caso, lembre-se de que você não está sozinha, futura mamãe. O apoio médico, psicoterapêutico, de familiares, amigos e/ou do parceiro é essencial para você atravessar essa jornada da forma mais tranquila possível.
E se cabe uma última recomendação, não deixe, em hipótese alguma, de fazer o seu pré-natal. Caso você se sinta mais confortável em realizá-lo on-line, converse com o seu médico obstetra para vocês averiguarem qual é a melhor forma de realizá-lo. Mas esse acompanhamento é fundamental para se ter a certeza de que a sua gravidez está correndo bem e de que, em breve, você terá o seu grande amor em seus braços.
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Temos todo o conforto que você e o seu bebê merecem.
